Você sabe o que é enfrentar uma dificuldade tão grande a ponto de achar que irá sucumbir? Você já sentiu o peso sobre suas costas e todos os efeitos físicos no seu corpo diante de um problema muito sério? Já pensou alguma vez que seria impossível encontrar uma solução para o que estava enfrentando?
É claro que sim, todos nós passamos por problemas, dificuldades ou desilusões que podem nos trazer dores profundas. Mas a grande certeza que temos é que se nem a vida é para sempre, as dificuldades também não são. Quando menos esperamos, surge aquele fio de esperança, uma luz ou algo que nos direciona ao que devemos fazer.
Mas se lutamos com toda disposição em busca do grito da vitória e não vencemos? Não importa, estaremos mais preparados para enfrentarmos o próximo problema, ainda que a batalha só nos dê uma rápida trégua.
Era Uma Vez Um Sonho
Recentemente assisti ao filme Era Uma Vez Um Sonho (Hillbilly Elegy, 2020), disponível na Netflix. Embora todos os comentários técnicos existentes na Internet a respeito da direção do filme ou do roteiro, o que mais me chamou a atenção foi o conflito vivenciado pelo protagonista J.D. Vance. Neste caso, por se tratar de um filme baseado em fatos, seus conflitos foram reais.
Após viver uma adolescência conturbada, por consequência de uma família desestruturada, com diversos problemas, alguns segredos e questões delicadas, com uma mãe perdida entre o vicio das drogas e uma doença psicológica, o jovem “JD” se vê diante da oportunidade de mudar sua vida. Porém, sua mãe tem uma severa recaída e ele é o único capaz de ajudar, visto que sua irmã com três filhos não consegue lidar com a situação.
Os conflitos familiares que se desenrolam nessa trama nos levam a questionar algumas responsabilidades. Mas também nos fazem enxergar pelas semelhantes ou pela empatia nossas próprias dores.
A difícil tarefa do escritor
Se você gosta de escrever, assim como eu gosto, você sabe que as estórias que contamos são imitações da vida. Portanto, não faz sentido contar estórias sem conflitos. Na verdade, uma estória sem conflitos é apenas um relato, uma sequência de eventos. Quando escrevemos devemos nos lembrarmos sempre de que os conflitos que trazemos à vida de nossos personagens servem para humanizá-los e mostrar as possíveis maneiras de vencer um determinado problema.
Como escritores, devemos conceder ao nosso público a possibilidade de se perceberem através de nossos personagens. Se oferecemos inspiração, motivamos as pessoas a terem esperança de que poderão vencer suas próprias lutas ou ao menos alcançarem algo melhor em suas vidas se lutarem com perseverança.
Essa pode ser uma tarefa muito difícil para quem escreve, mas não é impossível quando realizada com as motivações que saem do coração.
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